Os de preto se mexem sem parar, gesticulam uns com os outros.
O único de branco brinca de estátua. Veste um paletó de tweed e uma gravata vermelha. Suas pálpebras inferiores estão fundas e escuras, lhe dão um ar tenebroso.
Homens, mulheres – em prantos. Poucas respostas a olhares tristonhos não são consentidas com um aceno leve de cabeça. As poucas crianças devem estar reunidas em um canto qualquer, com alguma brincadeira que lembra os anos 30, sem apetrechos eletrônicos.
A tampa é posta. Os espectadores têm suas mãos abaixo dos olhos semicerrados e vermelhos.
Dois senhores de meia-idade, os cabelos já falhando nas têmporas, seguram o caixote pelas alças e fazem menção de sair. Todos acompanham, exceto uma senhora de uniforme azul.
O destino vai sendo conquistado, pouco a pouco.
É o momento de todos darem adeus à alma – que sem mais soluções parte para o desconhecido.
3 comentários:
Thom!
seus textos sempre tão inspiradores... seu blog está ótimO!
que vc continue ele assim!
bjuss
Danny. Pocah
Essa descrição merece um prêmio, haha! :p
Visão, longiqua, menos amedrontadora, sem medo da morte, e do que esperar dela e da reação de todos, todos são iguais quando morrem e quando perdem alguem, mais uma vez, inteligente.
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