11 de junho de 2009

Conversas com coração

Para onde eu devo me orientar? Não vejo um só Norte, há vários deles, e são todos tão diferentes. O ponteiro gira trêmulo, inconstante. São tantos os caminhos a seguir. Qual será o certo? Há mesmo algum? Não posso me deixar guiar pelo desconhecido ainda que seja melhor que o incorreto conhecido. A incerteza é tantas vezes melhor que a certeza incorreta? Os passos serão difíceis em qualquer um. É melhor não acreditar saber qualquer coisa sobre qualquer chão. As armadilhas estão em todos eles. E para lá, fará chuva ou sol? Mas, isso muda alguma coisa? Talvez seja melhor eu me concentrar na estrada. Não sei se é tão bom estar distante... distante é sempre mais perto do fim? Mas a vida é um ciclo, não? Então qualquer distância é perto do fim. No centro fico próximo de todos os fins, mas... fico parado. Eu quero encontrar. Qual é a estrada das respostas, qual? Não há? Respostas ou estrada? Se não há caminho não há fim nem respostas, mas se não há respostas, há um grande caminho? Mas não é um grande ciclo? Quero seguir o que quer que seja. Eu preciso seguir, eu preciso me orientar. Mas por onde? Por qual? Por quem? Por quê? Não posso simplesmente seguí-lo? Acho que não me importo com os obstáculos. Mas vou me machucar muito? Tanto assim? Qual é o caminho, então? Onde é a saída? Todas as portas parecem a mesma, juro. A vermelha? Nossa, mas parece tão perigosa. Ok. Porque estão cometendo suicídio? O que está faltando? Pra todas elas? Por que diz que são felizes assim? Eu duvido. Amor? Eu diria o contrário. É tudo tão hostil. Necessário? Não acho. Acho que não vou aceitar o seu convite, não quero ser o próximo se suicidando. Como? Não me diga isso, nem por brincadeira! Perdeu as chaves? Onde? Estamos presos mesmo? O que faço com você? Na verdade, o que vai fazer comigo? Eu quero ser livre.
— Não há liberdade aqui. Amar é tudo. Você me deixou guiá-lo. O retorno não existe.

Um comentário:

Henrique Rochelle disse...

quando são todos os passos à beira da água, o caminho nao faz muita diferença. manche o asfalto. derreta no sol. escorra pela sarjeta e desenhe o seu nome em lençóis freáticos.