31 de janeiro de 2010

Outrora quando eu ainda não havia matado as cores

também descolori o miosótis
que era azul
como o céu havia sido outrora
quando me felicitava
vendo as nuvens
descoloridas-desde-sempre
que naqueles dias contrastavam
porque tudo não era tão branco
porque as andorinhas
não pousavam num fio vazio
e a grama era verde
como eram os musgos
úmidos de água que fora azul
a qual outrora
eu embebedara o miosótis

Thomaz Campacci

Um comentário:

Henrique Rochelle disse...

porque eu ando pelas ruas prestando atençao em cores que eu nao sei o nome e me desfaço no verde-verde e no azul-infinito da tarde de sol, como se fosse sexta-feira, eu nunca acho que os fios estão vazios, os olhos fechados, nem as noites completamente solitárias. mas é lindo, apesar de ser ainda melhor ouvido.